22.11.10

No Fórum de Cultura em Água Fria



Na sexta-feira passada, dia 20 de novembro, participei do I Fórum de Cultura de Água Fria, no Município de Água Fria, vizinho a irará.

A fala era sobre Conselho Municipal de Cultura. Assumi o microfone logo depois da participação de Aloma Galeano, Representante Territorial da Secretaria de Cultura do Estado, no Território Portal do Sertão.

Estive lá, à convite de Djenani. Ela trabalha na Secretaria de Educação e Cultura do Município.

Na fala, abordei algumas assertivas sobre o funcionamento de um Conselho Municipal de Cultura. Falei sobre a transversalidade da cultura; os primórdios dos Conselhos, os tipos de Conselhos (Consultivo ou Deliberativo), a sua composição, os recursos, funcionamento, etc.



Tentei colocar ênfase no perfil democrático dos Conselhos. Resaltei a noção de que o direito do cidadão de avaliar os gestores públicos vai muito além de apertar alguns botões de quatro em quatro anos.

Interessante foi saber que os aguafrienses ali estavam na luta para compor, efetivar e fazer funcionar o Conselho Municipal de Cultura. Lá eles já têm a Lei, que cria o Conselho, sancionada.

Estão à frente de muitas cidades por aí, que costumam se considerar mais evoluída... “Hein?”


4.11.10

10 anos depois, ainda mais vencedor.

O que teria mudado no pensamento de Lula?

Capa da Caros Amigos de Novembro de 2000

Novembro de 2000, o entrevistado da Revista Caros Amigos foi Luis Inácio Lula da Silva.

A capa era daquelas dignas dos primeiros anos da revista. A “cara” da personalidade entrevistada no mês “estouradona”. Já da banca, era como se a revista convidasse o leitor para uma “conversa”. “Frente a frente”, “cara a cara”, “olho no olho”.

O titulo aludia: “Lula - o que está pensando o grande vitorioso do momento”.

Naquele “momento”, o PT saíra das urnas, após as eleições municipais de 2000, com um bom número de Prefeituras Brasil afora. Conquistou, inclusive, São Paulo, com Marta Suplicy.

O exemplo das experiências de gestões petistas como “O orçamento Participativo”; “Banco do Povo”; “Bolsa Escola”, entre outros, fortaleciam o partido. Davam credibilidade ao propalado “jeito PT de governar”.

Lula era então apontado como o grande nome das oposições para a eleição presidencial que viria em 2002.

Diante destes elementos, a Revista classificava Lula como “o grande vencedor”.

Hoje, exatos dez anos depois, não seria estranho considera-lo ainda mais vencedor do que naquele momento.

Ao final do seu segundo mandato de Presidente da República. O “Cara”, como chamou Obama, conquistou simpatia no mundo inteiro, dando visibilidade e respeito ao Brasil.

Aquele “Cara”, que tinha a “Cara” estampada na Caros Amigos de novembro de 2000, hoje é o Presidente da República em final de segundo mandato, batendo recordes de aprovação a cada nova pesquisa.

Agora, o, dez anos antes, “mais cotado das oposições”, é situação que sai e elege sucessor. Ou melhor, sucessora.

Uma sucessora que, como não cansou de dizer a “mídia gorda”, “nunca havia sido testada nas urnas” e, talvez quem sabe, tenha a quase totalidade dos votos devido ao apoio do “Cara”.

Retrovisor

Há quem diga que: “nada melhor do que voltar ao passado, para compreender o presente e vislumbrar o futuro”. Daí, neste hiato de 10 anos, vale a pena re-ler a entrevista daquela edição de Caros Amigos.

Ali, além do seu histórico, se apresentavam muitas avaliações de Lula sobre a conjuntura política e social do momento e, claro, quais seriam as suas ações caso chegasse à Presidência de República.

Ele chegou. E, com certeza, hoje, quando Lula está prestes a deixar a Presidência, seria interessante se acontecesse uma entrevista na qual fosse feito um paralelo, com aquela de dez anos atrás, quando Luis Inácio tinha, tão somente, a expectativa de se tornar presidente.

“Eles vão tentar de tudo para evitar que o PT chegue ao poder, porque eles sabem que a chegada o PT ao poder é o começo da execução de um projeto que pode mostrar que somos capazes de fazer coisas que eles não fizeram. Por exemplo, a questão da reforma agrária é condição de honra para nós”.

Só, a titulo de ilustração, a transcrição do trecho acima da entrevista já dá muito pano pra manga.

O PT no poder fez que os outros não fizeram? Ou será que o PT só chegou ao governo e não ao poder? E a questão da Reforma Agrária?

Em tantas outras partes da entrevista Lula também faz criticas e propostas.

Ele criticava a política de Juros que era “uma alucinação” e apresentava exemplos:

“uma pessoa que depositou 100 reais na poupança no dia da implantação do real, 76 meses depois, ganhou 203 reais de juros. Essa mesma pessoa que fez uma compra de 100 reais no cartão de crédito e não pagou, 76 meses depois, está com uma dívida de 509.000 reais”.

Como Lula veria esta questão hoje, diante da critica de que em seu governo os banqueiros tenha se dado tão bem, ou ainda melhor, do que nos tempos de FHC?

Lula também falava de apoio ao pequeno agricultor. Ele criticava o governo do seu antecessor afirmando que “a cabeça da equipe econômica não acredita numa coisa chamada pequena propriedade”.

No governo de Lula esta área foi contemplada através de ações como a criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, com atenção à Agricultura Familiar. Ainda naquela entrevista Lula falava da necessidade do “seguro agrícola”. Hoje, já existe o “Garantia Safra”.

Na entrevista tem muitas outras questões que, no momento atual merecem análise e avaliação. Seria melhor ainda, se tivéssemos uma avaliação do próprio entrevistado.

Por isso, fui ao site da revista Caros Amigos e coloquei como uma sugestão de pauta que a Revista fizesse uma entrevista com o Presidente Lula por estes tempos.

Talvez, agora, o público deseje saber quais seriam as avaliações e “o que está pensando o grande vitorioso do momento”.